Causas da cirrose hepática

Causas da cirrose hepática

Quais as causas da cirrose hepática?
As principais causas da cirrose hepática são o álcool e a infecção crônica pelos vírus B e/ou C das hepatites . Abaixo vamos explicar outras doenças que também podem evoluir para a cirrose. O tratamento e diagnóstico precoce de qualquer uma dessas condições é fundamental para a prevenção da cirrose.

Doença hepática pelo álcool
O volume de álcool e o desenvolvimento de doenças hepáticas varia de pessoa a pessoa. A cirrose é o último estágio da lesão no fígado.

O paciente anteriormente apresenta acúmulo de gordura no fígado (esteatose - primeiro estágio), seguida de inflamação (hepatite alcoólica) e cirrose.

Esteatohepatite do obeso diabético: acúmulo de gordura no fígado.
Nosso fígado possui normalmente pequenas quantidades de gordura. Porém, quando esta ultrapassa 10% do peso hepático, estamos diante de um quadro de esteatose.

A esteatose no seu início, chamada de esteatose hepática leve, normalmente não causa sintomas ou complicações. Entretanto, quanto mais prolongado e maior o acúmulo de gordura, maiores são os riscos de uma lesão hepática e danos nas células do fígado.

Quando elas inflamam, chamamos de esteato-hepatite ou hepatite gordurosa. Nesse caso, se não tratado pode evoluir para cirrose.

A esteatose hepática é um estágio anterior ao desenvolvimento da esteato-hepatite . As causas desses dois tipos de esteatose são o consumo de bebidas alcoólicas e a obesidade ou sobrepeso . Mais de 70% dos pacientes com esteatose são obesos. Quanto maior o sobrepeso, maior o risco.

Outros fatores de risco para o desenvolvimento de gordura no fígado são a diabetes tipo 2, a resistência a insulina e o colesterol elevado .

A esteatose é mais comum em mulheres, mas pode também aparecer em pessoas magras e com baixa ingestão de álcool, em proporções menores.

Tanto a esteatose hepática como a esteato-hepatite não causam sintomas em fases iniciais e normalmente são descobertas acidentalmente em exames de ultrassonografia ou tomografias.

Hepatite por drogas
Cerca de 10% das hepatites não virais são causadas por drogas, cifra que aumenta em até 40% nas pessoas acima de 50 anos. Seria difícil mencionar todas as drogas que podem levar a hepatite. Citaremos algumas: isoniazida, halotano, acetaminofen, clorpromazida, amoxicilina, ácido clavulânico, fenactoina, flutamida, mercaptopurina, tetraciclinas, ácido valproico, amiodarona, clorotiazida e anovulatórios, entre outras. O quadro clínico da hepatite por drogas é pouco expressivo e, na grande maioria das vezes, o diagnóstico é feito quando o indivíduo se submete a um check-up bioquímico do sangue. Da mesma forma que a hepatite alcoolica, a hepatite por drogas evolui para a cirrose.

DOENÇAS AUTOIMUNES

• Hepatite Autoimune
Doença autoimune na qual há uma falha no sistema imunológico que passa a reconhecer as células do fígado como estranhas.

Sem tratamento adequado, esta condição provoca a inflamação e destruição do fígado levando a cirrose e todas as suas complicações.

• Cirrose biliar primária
A cirrose biliar primária é uma doença autoimune do fígado caracterizada pela inflamação dos ductos biliares.

Destruída a via de eliminação da bílis, a retenção desse líquido causa agressão no fígado, o que desencadeia cirrose.

A bílis é um líquido amarelo produzido pelo fígado, que atua na digestão de gorduras. Ele segue pelos ductos biliares, passa para a vesícula, indo até o intestino.

Quando ingerimos alimentos gordurosos, a vesícula se contrai para expelir seu conteúdo. Caso ocorra alguma obstrução no ducto, a bílis fica presa no fígado. Na continuidade desta condição, ocorre extravasamento retroativo, que deixará a tonalidade da pele amarelada, e alterará também a coloração normal das fezes, que ficarão mais claras.

Cirrose biliar secundária
A cirrose biliar secundária ocorre quando há obstrução da passagem da bílis, por cálculo na vesícula, tumor ou cicatriz cirúrgica.

ERROS METABÓLICOS
• A retenção de ferro (hemocromatose) é outra causa da cirrose hepática. Hemocromatose é o nome da doença que provoca absorção excessiva de ferro.

Vale dizer que o ferro em quantidade elevada se torna tóxico não só para o fígado, como também para o pâncreas e coração.

Alimentos com alto teor de ferro: carnes, miúdos, gema de ovos, leguminosas e cereais integrais.

• A retenção de cobre no fígado também pode levar a cirrose (doença de Wilson).

Doença de Wilson é uma disfunção genética que provoca um acúmulo excessivo de cobre no organismo. O cobre está presente na maioria dos alimentos, e pequenas parcelas dele são tão essenciais quanto as vitaminas.

Às vezes se ingere mais cobre do que se necessita. As pessoas saudáveis eliminam o cobre de que não precisam, mas os doentes de Wilson não fazem isso espontaneamente.

O primeiro lugar do corpo que o cobre ataca, é o fígado. Em cerca de metade dos pacientes de Wilson, o fígado é o único órgão afetado.

Alimentos com alto teor de cobre: miúdos, frutos do mar, cereais integrais e vegetais verde-escuros.

Cirrose criptogenética
Em 20% dos pacientes não se consegue determinar a causa da cirrose, que é então denominada criptogenética.

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Este conteúdo é exclusivo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel) - Editora CIP. Médico responsável pelo capítulo de gastroenterologia Prof. Dr. Luiz Chether. Fonte complementar: Associação Brasileira dos Portadores de hepatite, Associação Brasileira dos doentes de Wilson. As informações contidas nesse site são de caráter informativo para auxiliar na prevenção. Consulte sempre seu médico. É ele que lhe dará o diagnóstico após exame físico, laboratorial ou de imagens. Compartilhe informações de saúde. Ajude a salvar vidas.