Exame de sangue para diagnóstico de câncer

Exame de sangue para diagnóstico de câncer

Você sabia que um simples exame de sangue ajuda a diagnosticar certos tipos de câncer ou verificar se existe risco aumentado de desenvolver algum câncer? Chamados de marcadores tumorais, eles têm seu valores de referência aumentados mesmo quando um tumor ainda esta se desenvolvendo. A partir de um resultado alterado o médico necessitará de outros exames para confirmação do diagnóstico correto.

É importante ressaltar que nem todo câncer terá aumento dessas proteínas, e que em algumas condições benignas, ou seja, que não se refere ao câncer, os resultados também podem estar com valores elevados, como no caso das doenças do fígado, por exemplo.

A hematologista Dra. Ana Marcela Rojas Fonseca, explica abaixo para que serve cada um desses exames de sangue e o tipo de câncer que identifica:

• Antígeno específico da próstata (PSA): ajuda a diagnosticar o câncer da próstata e outros problemas, tais como um aumento da próstata ou prostatite.

• CA125: pode indicar câncer do ovário e outros tumores como pulmão, pâncreas, mama, fígado e cólon. Em pessoas que já tiveram câncer, os resultados também podem apresentar alterados. Sinaliza da mesma forma, doença inflamatória pélvica (PID) e até gravidez.

• BRCA1 e BRCA2 genes: determinadas versões destes genes podem aumentar muito a chance de desenvolver câncer da mama e do ovário. Este exame deve ser realizado caso exista esses tipos de câncer em sua família.

• Alfafetoproteína (AFP): encontrado no câncer de fígado, mas pode estar aumentado também nas hepatites agudas e crônicas, ou outros tumores mais raros como testículo, ovário e células germinativas no tórax.

• Beta² microglobulina: está aumentado no mieloma, na leucemia linfocítica crônica e em alguns linfomas. Também se observa nas hepatites e insuficiência renal.

• CA 15-3: marcador do câncer de mama, presente em 10% dos casos iniciais e em 70% das pacientes com doença avançada. Pode ser encontrado ainda em outros cânceres como pulmão, cólon, pâncreas e ovário. Valores até 3,5 vezes o valor normal podem ser observados em mulheres sem câncer.

• CA 19-9: é um marcador de câncer de pâncreas e colorretal. Pode ser indicar também tumores no tubo digestivo, como estômago e vias biliares, e em doenças benignas como da tireoide, artrite reumatoide, doenças inflamatórias intestinais e pancreatite.

• CA 27-29: também é observado no câncer de mama, mas pode estar alterado nos tumores de cólon, estômago, rim, pulmão, ovário, pâncreas, útero e fígado, e em condições benignas como na endometriose, cistos ovarianos, doenças benignas da mama, cálculos renais e doenças hepáticas.

• CEA: é utilizado para avaliar a possível evolução de um câncer colorretal, ou seja, seu prognóstico. Seu aumento representa doenças mais avançadas. Também é observado nos cânceres de mama, pulmão, melanoma, linfoma, tireoide, pâncreas, fígado, estômago, rim, próstata, ovário, colo do útero e bexiga. Apresenta-se com alteração também em algumas patologias que não estão relacionadas ao câncer, tais como hepatites, doença pulmonar obstrutiva crônica, colite, artrite reumatoide e pancreatite.

Fonte: Medicina Mitos e Verdades (Carla leonel). Médica responsável Dra. Ana Marcela Rojas Fonseca-Hial, hematologista especialista em Transplante de Medúla Óssea. Médica na UNIFESP e na Onocenter Médicos, em São Paulo/SP.

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