Não confunda paciência com passividade

Não confunda paciência com passividade

Paciência não pode ser confundida com passividade
Paciência, essa que dizem que é santa, porque resiste a ventos e marés e sempre acaba dando mais do que deveria. Agora, como não oferecer tudo para essa pessoa com quem construímos uma ligação emocional e vital, e até mesmo uma vida?

Às vezes, a realidade eventualmente cai para abrir nossos olhos. O nosso coração não pode apagar o que sente do dia para a noite, mas quando a pessoa perde a paciência, começa a tirar todas as vendas que a cegam, uma após outra.

Alguns dizem que a paciência é uma virtude, mas é claro que esta dimensão não pode ser aplicada a todas as áreas e, além disso, deve ter os seus limites. Não podemos passar a vida inteira sendo paciente ao ver sendo violados os nossos direitos, nossas necessidades como seres que precisam de reciprocidade, cuidado, carinho e reconhecimento. O amor exige empenho, determinação e a paciência … mas esta, até certo ponto.

Paciência no amor não é o mesmo que passividade
Como indicado anteriormente, muitas vezes, definimos o conceito de paciência como uma virtude.
Paciência também é definida como uma habilidade: de tolerarmos situações desfavoráveis sobre as quais temos, ou não, controle. Agora, quando falamos sobre o amor, precisamos manter sempre à frente de nossa própria realidade. Alguns se justificam usando esta palavra como uma dimensão a ser assumida:
- As coisas estão ruins, mas o que você vai fazer? Tem de ter paciência.
- O que podemos fazer se ele é assim?
- Nós não podemos mudá-lo, então é melhor mantermos a paciência.

Não confunda paciência com passividade
Na verdade, essa é a chave real. Podemos ser pacientes, podemos fazer da paciência a nossa melhor virtude porque nos ajuda a analisarmos melhor a situação, a sabermos observar, para sermos reflexivos. No entanto, todo esse processo interno deverá permitir-nos ver a verdadeira realidade.

Uma pessoa paciente não tem de ser passiva. A pessoa passiva faz da tolerância sua forma de vida, permitindo abusos como a violação de sua integridade. E isso é algo que nunca devemos permitir.

Os benefícios de ser paciente, mas não passivo
Quando se trata de estabelecer e manter um relacionamento amoroso, a paciência é um pilar. Claramente não temos que gostar de cada aspecto, comportamento ou costume de nossos parceiros, mas também não temos de nos comportarmos impulsivamente destruindo o relacionamento.
Nós somos pacientes, respeitamos e toleramos porque amamos. Porque sabemos que em cada relacionamento existe um tempo para que as coisas se harmonizem de modo a se encaixarem e, por sua vez, compreendendo as necessidades de cada um.

“A paciência deve ser mútua e realizada quase como um exercício. Eu sou paciente com você, porque eu te respeito e te amo, porque eu reconheço você como uma pessoa, e sei que o amor não é apenas celebrar as semelhanças, mas também respeitar as diferenças.” Mas a paciência requer clareza emocional. Temos de saber onde estão os limites e entendermos quando estamos sendo violados como pessoas e como membros de uma relação amorosa.

Não podemos fechar os olhos para as deficiências e sermos insensíveis à dor emocional que nos causa vazio, o desprezo ou o abuso sutil exercido através de palavras envenenadas. É nesse ponto que a paciência deve dar um basta, puxando o véu para enxergar a verdade.

Quando a paciência acaba …o que vem?
Quando paciência acaba vem a decepção, porque já estamos conscientes da nossa realidade em todas as suas nuances. Em todos os seus contrastes. Agora, isso não significa que temos a obrigação de dissolvermos essa relação instantaneamente, se ainda estamos amando a pessoa. É hora de conversar, de falar sobre a situação e dizer o que você sente e do que precisa. Se nos preocupamos com esse compromisso, vamos dar tudo o que pudermos para mantê-lo. Agora, para um relacionamento florescer ou curarmos essas carências que nos ferem, o esforço deve ser mútuo. No momento em que só um se dedica à relação, a decepção se torna um poço sem fundo.

A paciência não é a capacidade de esperar, mas de entender que merecemos coisas melhores.

Fonte: La Mente es Maravillosa