Psoríase - causas e tratamento

Psoríase - causas e tratamento

Psoríase é uma doença autoimune, inflamatória, de causa desconhecida que acomete a pele e, menos comumente, o couro cabeludo e as articulações (cotovelos e joelhos). Ocorre rápida formação das células cutâneas (que se caracterizam por manchas vermelhas) chamadas de lesões psoríase, que se descamam na sequência. Podem surgir em qualquer fase da vida mas, normalmente, costumam aparecer antes dos 30 anos ou após os 50 anos de idade. No mundo mais de 125 milhões de pessoas sofrem da doença. Só no Brasil, mais de 5 milhões são portadores de psoríase.

A doença é influenciada por fatores ambientais (baixa umidade do ar), predisposição genética (em pelo menos 30% dos casos existem antecedentes familiares) e estresse emocional. Alguns outros fatores podem desencadear a doença como irritação da pele ou traumas cutâneos, infecções de garganta, bebidas alcoólicas e alguns medicamentos.

Segundo o dermatologista Prof. Dr. Luiz Carlos Cucé, autor do capítulo de dermatologia do livro Medicina, Mitos e Verdades (Carla Leonel) as consequências da psoríase variam de manchas escuras no local das lesões antigas até perda de unhas, cabelos e deformidades articulares. O tipo mais disseminado da psoríase é a psoríase eritrodermia, de difícil tratamento, sendo necessário ser sempre intenso e a longo prazo.

TIPOS DE PSORÍASE

Psoríase em placas: tipo mais comum, com lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas de cor branca

• Psoríase Invertida: lesões vermelhas leves que surgem normalmente em regiões de dobras, como axila e virilhas;

• Psoríase Gutata: segundo tipo mais comum, com lesões pequenas que se assemelham as gotas;

• Psoríase palmo-plantar: as lesões aparecem como fissuras nas palmas das mãos e solas dos pés;

• Psoríase Eritrodérmica: a forma mais grave e menos comum, com inflamações e manchas vermelhas em grandes áreas da pele;

• Psoríase Ungueal: quando as lesões de psoríase atacam as unhas, podendo fazer com que elas endureçam e se descolem da pele que está por baixo;

• Psoríase Pustulosa: forma aguda, com pústulas amicrobianas (embora haja aparência de “pus” as lesões não contém bactérias);

• Artrite Psoriásica: uma pequena porcentagem de portadores de psoríase pode apresentar inflamações nas cartilagens e articulações, desenvolvendo dor física e dificuldade de movimentação.

O tratamento da psoríase consiste de medicações tópicas, imunomoduladores tópicos, imunossupressores sistêmicos, biológicos e tratamento com radiações UVA e UVB.

• Medicações tópicas: os tratamentos tópicos são normalmente prescritos para psoríase leve a moderada, ou seja, quando a psoríase afeta 30% ou menos, da área da superfície corporal. São utilizados cremes e pomadas diretamente nas regiões afetadas. São eles: Antralina, coaltar, tarazoteno, derivados da vitamina D3 (Calcipotriol), corticoides (Pimecrolimus e Tracolimus).

• Tratamento com radiação UVA e UVB: técnica terapêutica que consiste na emissão artificial e indolor de radiação ultravioleta (UVA e UVB), fornecida através de aparelhos especiais sob a forma de cabine com lâmpadas fluorescentes. Quando associada com medicamentos, os psoralenos, que são substâncias foto ativas, recebe o nome de PUVATERAPIA. Pode ser usada apenas a radiação UVB sob forma usual ou em um tipo conhecido como NARROW-BAND. São cabines com lâmpadas especiais onde o paciente permanece por poucos minutos com a pele doente exposta e a pele sadia protegida por roupas especiais ou filtros solares. As sessões são semanais e o tempo de tratamento vai depender do grau de melhora das lesões.

A fototerapia tem como vantagem, em relação ao sol, não depender de fatores climáticos, como estação do ano, nuvens e horário para melhor continuidade e bom resultado do tratamento, além de maior segurança na dosagem de radiação ultravioleta; sendo assim, a ocorrência de queimadura pode ocorrer, mas é excepcional. Os efeitos colaterais mais comuns da fototerapia são o envelhecimento da pele e o risco aumentado de câncer de pele.

• Terapia com imunossupressores sistêmicos: consiste na utilização de um medicamento por um período de tempo, seja via oral ou em forma de injeção. Indicados nos casos moderados e graves e nos pacientes em que não se obteve resultado com tratamento tópico. Os mais utilizados são: Metrotexate, Ciclosporina (são imunossupressores), Acitretina (medicamento que melhora a queratinização da pele) e Retinóides via oral.

A maior parte das terapias sistêmicas, não deve ser utilizada por mulheres grávidas uma vez que, podem causar anomalias congênitas no feto. Entretanto é preciso usar de bom senso para avaliar a relação risco/benefício da terapia e individualizar a terapia para cada gestante.

Terapias biológicas: os biológicos destinam-se a uma parte bastante específica da resposta imunológica, ao contrário das terapias sistêmicas (imunossupressores) que suprimem todo o sistema imunológico. Em virtude disto, devem, teoricamente, ter menos efeitos colaterais do que os fármacos sistêmicos; contudo, não houve um prazo suficiente de investigação para provar isto. Além disso, alguns biológicos são bastante efetivos no controle da artrite psoriática.
Existem atualmente 5 (cinco) biológicos em desenvolvimento para o tratamento da psoríase moderada a grave:
• Alefacepte;
• Etarnecepte;
• Infliximabe;
• Adalimumabe;
• Ustekinumabe.

Quanto mais informações você reunir acerca das terapias disponíveis e o que esperar, mais será capaz de controlar sua psoríase. A doença requer controle permanente, a fidelidade ao procedimento adotado contra a psoríase, aliás, é fundamental. Por terem uma doença crônica, os psoriáticos não podem desistir na primeira tentativa. “É como se tivessem diabetes ou hipertensão. O controle é permanente e um rodízio de tratamentos pode evitar efeitos colaterais”.

MITOS E VERDADES DA PSOR͍ASE

• Elimine qualquer preconceito, psoríase não é contagiosa;

• Ninguém transmite psoríase, portanto ninguém contrai psoríase;

• É uma doença crônica com fases de melhora e outras de piora;

• Não pratique a auto-medicação;

• Tratamentos sem comprovação científica não garantem resultados;

• O estresse de qualquer tipo pode desencadear ou agravar a psoríase;

• Psoríase pode ser confundida com outras doenças de pele;

• A exposição ao Sol melhora 9 em cada grupo de 10 pessoas, sendo que uma pode além de não melhorar piorar muito as lesões;

• Vale a pena trocar experiências com outros portadores de psoríase;

• Já está comprovado que pacientes quando participam de associações, respondem muito melhor aos tratamentos;

• Mantenha uma vida saudável;

• Tenha atitude positiva, evite o isolamento, procure associações ou grupos de apoio;

• Bebida Alcoólica e cigarro, também neste caso poderá ocorrer piora;

• Cada tratamento pode provocar resultados diferentes em diferentes pacientes e até mesmos resultados distintos no mesmo paciente, em épocas diferentes;

• Psoríase não tem cura, mas é possível controlar a doença e levar uma vida perfeitamente normal;

• Você pode controlar a psoríase - não deixe que a psoríase o controle;

• Mantenha a pele hidratada;

• Confie no seu Dermatologista.

Fonte: Psoríase Brasil e Livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel), capítulo de dermatologia: Prof. Dr. Luiz Carlos Cucé