Tombo ou pancada na barriga da grávida pode causar a morte do bebê?

Tombo ou pancada na barriga da grávida pode causar a morte do bebê?

Um tombo ou pancada na barriga da grávida pode causar o rompimento da bolsa das águas? As gestantes normalmente têm os ligamentos e as articulações menos firmes. Isso acaba acarretando alguns tombos sem gravidade. A bolsa das águas existe para servir de colchão d’água para o bebê. Entretanto, se a mulher grávida sofrer um acidente e bater fortemente o abdome, o quadro muda de figura. Um mito que precisa ser desmistificado é quanto ao uso de segurança por mulheres grávidas. A gestante deve SIM usar o cinto de segurança, sempre.

Os acidentes automobilísticos graves, entre outros, podem provocar descolamento da placenta (clique no link azul e leia o artigo completo), ruptura do útero, da bolsa das águas e até a morte do feto. No caso de ruptura do útero, poderá haver morte do feto por falta de oxigenação, bem como choque hipovolêmico (por hemorragia) e neurogênico (por dor) na mãe. Clique no link azul para ler o artigo completo sobre choque hipovolêmico e neurogênico.

Mulheres que já foram submetidas a várias cesáreas ou a cirurgia para retirada de miomas (miomectomia) tem uma predisposição maior a ruptura do útero devido a existência de múltiplas cicatrizes no órgão, o que o torna mais frágil.

Quais as consequências da ruptura da bolsa das águas?

A ruptura da bolsa das águas só é oportuna quando ocorre durante o trabalho de parto, sendo esta uma situação de normalidade. Quando ocorre precocemente, ou seja, após 37 semanas de gestação e antes do início do trabalho de parto, é importante que o tempo que decorre entre a ruptura da bolsa e o nascimento seja controlado pelo médico, para evitar que ocorra infecção intrauterina.

No caso da ruptura das membranas ocorrer antes de 37 semanas de gestação é importante que sejam verificadas as condições de sobrevivência do bebê. Atualmente, nessa situação, deve-se ter uma conduta mais conservadora, sendo recomendada a ingestão de grande quantidade de líquidos pela mãe, repouso, evitar exames vaginais e o controle do aparecimento de sinais de infecção intrauterina. É sempre importantíssimo estudar o balanceamento entre os riscos materno e a probabilidade do nascimento de uma criança sem sequelas.

Além da perda visível de líquidos, é possível diagnosticar os casos de ruptura da bolsa das águas devido à mudança do pH (acidez) da vagina, que ocorre nessa situação. O diagnóstico é possível por meio de exames que acusam a modificação da acidez da vagina. Utiliza-se filtros de papel que possuem substâncias as quais adquirem uma cor específica, indicando alteração da acidez vaginal e, consequentemente, a ocorrência da ruptura da bolsa das águas.

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Este conteúdo faz parte do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Médico responsável: Prof. Dr. Thomaz Gollop.

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