Para que serve o pré-anestésico?

Para que serve o pré-anestésico?

O que é pré-anestésico e para que serve?
É costume fazer referência a medicação prescrita antes da anestesia como pré-anestésico. No passado, a medicação pré-anestésica era quase que obrigatória, porque os anestésicos eram menos potentes e mais tóxicos; tinham início de ação muito lento e associavam-se a efeitos colaterais expressivos. O éter foi um exemplo desses fármacos.

Os anestésicos modernos são rápidos e seguros, de forma que a medicação pré-anestésica deixou de ser necessária para reduzir os efeitos adversos ou aliviar o desconforto da indução da anestesia. Porém, ela ainda é aplicada em alguns casos específicos quando destinada a diminuir a dor, se esta existir antes da operação, ou para atenuar a ansiedade, se ela for excessiva.

A prescrição (lista com os medicamentos a serem administrados) pré-operatória não permite generalização e depende de cada situação clínica. Ela pode conter:

• Orientação do jejum pré-operatório, no sentido de reduzir o conteúdo do estômago e minimizar o risco de aspiração em caso de regurgitação ou vômitos;

• Tranquilizantes como os diazepínicos, para facilitar o sono na noite anterior a operação ou reduzir a apreensão;

• Analgésicos como a morfina, para aliviar a dor quando essa antecede a operação;

• Inibidores da secreção ácida do estômago, como a ranitidina ou cimetidina, e estimulantes do esvaziamento gástrico (como a metoclopramida), destinados a minimizar as consequências da aspiração em casos de risco particular de regurgitação e de vômitos;

• Antialérgicos como prednisona, difenidramina, terfenadina e ranitidina, em algumas situações de atopia (tendência hereditária a reações alérgicas) - clique no link azul e leia também: reação ao anestésico ;

• Outros medicamentos destinados a controlar doenças pré-existentes.

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Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel). Capítulo de Anestesiologia. Médico responsável Prof. Dr. José Luiz Gomes do Amaral: Prof. Titular da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); Ex-Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) por dois mandatos (2005-2008/2008-2011); Presidente da Associação Médica Mundial - entidade que congrega 97 países, representando 9 milhões de médicos.